Iniciantes na área de vídeo geralmente ficam com dúvida para optar
entre Premiere e After Effects para a criação e edição de vídeos. Neste
artigo desejamos esclarecer as diferenças entre eles, facilitando para
quem precisa optar entre um e outro.
Estes dois poderosos softwares, da família Adobe, são fundamentais
para o desenvolvimento de um trabalho de edição profissional, com
rapidez e qualidade.
Vamos iniciar com um breve histórico de edição de vídeo.
Antes das máquinas invadirem e tornarem o mercado cada vez mais competitivo, o processo de edição de vídeo era bem arcaico.
Em 1895, os irmãos Lumiére fizeram a primeira exibição
cinematográfica do mundo. Isto foi permitido graças ao cinematógrafo,
que era um aparato resultado de diversas tentativas para a captura e
exibição de filmes. Essas tentativas originaram-se em processos mais
antiquados ainda, e vale a pena você dar uma pesquisada.
Figura 1: Irmãos Lumiére
O cinematógrafo era capaz de capturar vários momentos de um movimento, em uma película muito parecida com o filme fotográfico.
O aparato estava pronto, agora faltava aperfeiçoá-lo e aprender a
manipular a película. A manipulação desta película permitiria controlar a
narrativa, pois tudo o que fosse filmado deveria contar uma história,
de uma forma que fosse entendível a todos. Assim surgiram os famosos
cortes na película, junção, revelação, entre outros processos.
Antes de termos os softwares de edição, o processo se baseava na
edição linear, que consistia na organização das cenas filmadas, através
dos cortes na película. Estes cortes selecionavam o que ficava no filme
final e o que era descartado, e por fim havia a junção dos cortes
mantidos no filme final.
Figura 2: Processo de Edição Linear Mecanizado
O processo de edição de vídeos evoluiu muito, tornando-se mais
flexível, e hoje chamamos esse processo de: edição não-linear. Ele
chama-se desta forma em virtude de trabalharmos com diferentes pistas de
vídeo de uma vez só. Assim, a montagem do filme final não consiste na
linearidade de uma película.
E hoje temos os softwares para nos auxiliar e facilitar essa etapa de
edição de vídeos, por exemplo, o Adobe Premiere e o Adobe After
Effects.
O Adobe Premiere foi desenvolvido baseado neste processo de montagem não linear, permitindo o uso de várias pistas.
Figura 3: Tela do Adobe Premiere
Com as ferramentas do Premiere, podemos capturar tanto vídeos
digitais, como vídeos analógicos (películas). E podemos decupar, ou
seja, separar o filme em cenas ou tomadas para criar a narrativa do
projeto.
O Premiere é ótimo para isso, e suas ferramentas agilizam bastante
esse processo. Por exemplo, com as ferramentas do Premiere podemos
tornar os frames do filme visíveis no tamanho que quisermos, de modo a
facilitar a seleção e o corte.
O Premiere também contempla alguns efeitos e recursos que visam fazer correções leves nos projetos.
Além disso, podemos juntar todo o material decupado para montar na
ordem desejada e renderizar nos mais diversos formatos. Entre estes
formatos, podemos destacar a impressão em película, sistema que hoje
está entrando em defasagem, mas, preste atenção no gerúndio, “entrando”
em defasagem.
Se dependesse somente disso, poderíamos começar e terminar o vídeo
tudo no Premiere. Porém, a indústria, principalmente a cinematográfica,
exige ajustes adicionais.
E é aí que entra o After Effects.
O After Effects está no meio do processo produtivo de vídeos, pois
ele permite fazermos ajustes mais apurados. Mas estes ajustes mais
apurados são feitos em clipes de vídeo já decupados. Como o próprio nome
diz, ele executa a pós-produção de um filme.
Figura 4: Tela do Adobe After Effects
Ele possui um sistema de timeline, da mesma forma que o Premiere,
porém as faixas são menores, justamente para podermos trabalhar com
vários elementos de uma mesma cena, ou tomada.
Estas faixas agora são chamadas de layers, e permitem diversos
controles, por exmeplo, ajuste de posição 2D e 3D, e ajuste unitário de
elementos específicos da cena, o que não é nada prático no Premiere.
No After Effects, podemos, por exemplo, criar uma paisagem com
montanhas, sol, lago barquinho, cada um separado em layers. Isto
permitirá controlarmos a posição dos elementos individualmente, realizar
ajustes de efeitos de forma estática ou em elementos animados, entre
outros.
Essa separação dos elementos de uma tomada permite a aplicação de
textos com os mesmos efeitos e recursos que se aplicam em clipes de
vídeo. Isto torna possível o que chamamos de Motion Graphics, onde
textos e formas flutuam pela tela do espectador, de diferentes maneiras.
Os efeitos do After Effects são muito semelhantes aos efeitos do
Adobe Photoshop, tendo assim um fluxo de trabalho bem próximo. A
principal diferença entre os dois é o fato de que o After Effects
trabalha com vídeos e o Photoshop trabalha com imagens estáticas.
A manipulação de áudio no After effects é pobre. Ele não tem nenhum
recurso específico para otimizar a montagem de áudio, porém, isto já é
bastante facilitado pelo Premiere.
Não estou dizendo que o Premiere seja um ótimo editor de áudio, mas é
muito mais ágil trabalhar nele. Mas, devemos lembrar que temos
softwares específicos para criação, para otimização de som, entre
outros.
Assim, podemos perceber que os dois são complementares. Eles até
possuem comandos semelhantes, porém cada um facilita diferentes momentos
do processo produtivo.
A separação destas duas partes do processo, visa agilizá-lo, já que o
mercado está exigindo cada vez mais qualidade e rapidez dos produtores.
Desta forma, podemos encontrar profissionais especializados nessas duas
ramificações da área que conhecemos como vídeo.
Confira a primeira aula do curso de After Effects da Render e entenda melhor o processo.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=9OLn29yEI4w
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